Dom Hélder: espelho do Papa Francisco
No dia 7 de julho de 1980, portanto há quase 33 anos, o papa
João Paulo II, em sua primeira visita ao Brasil, reconhecia, na missa campal no
viaduto Joana Bezerra, no Recife, perante quase dois milhões de pessoas, a importância
de Dom Hélder Câmara junto às camadas pobres da população, ao afirmar “Dom
Hélder, irmão dos pobres, meu irmão”.
Com a eleição do Papa Francisco, a luta de Dom Hélder
renasce, ressurge das cinzas. O Vaticano despojou-se de anéis de ouro, adotou o
branco como cor das vestimentas papais. Nada de adornos dourados.
O texto do jornalista Fábio Belisário, do portal Sucesso
News, deixa patente as mudanças na Santa Sé: “Em sua aparição no balcão da
praça São Pedro, Jorge Bergoglio exibiu um estilo austero, com o branco na
batina, na esclavina (pequena capa usada sobre a túnica) e no solidéu (gorro de
seda) como cor predominante...Em outra amostra da mudança de estilo, Francisco
apareceu no balcão sem estola para dirigir-se aos fiéis e somente colocou-a
durante a breve bênção ‘Urbi et Orbi’. Logo depois quis ele mesmo tirá-la, e
rapidamente um sacerdote veio correndo para ajudar”.
Como característica de sua formação franciscana, o Papa usa,
como parte de sua indumentária, uma cruz de ferro, a mesma desde que foi
proclamado bispo de Buenos Aires.
A exemplo de Dom Hélder, que não tinha carro da arquidiocese
e andava, sempre, de carona e morava na área de uma pequena sacristia, na Igreja
das Fronteiras, no Recife, o Papa Francisco utilizava o metrô em Buenos Aires e
preparava suas refeições quando cardeal.
As ações pastorais de Dom Hélder, tanto no Rio de Janeiro,
com o Banco da Providência, quanto no Recife, com sua luta contra a ditadura
militar e na aproximação da Igreja com os pobres, estão sendo retomadas por Dom
Fernando Saburido.
Mas o coroamento dessas lutas seria completo se o Papa
Francisco visitasse o Recife, em sua viagem ao Brasil para o Encontro da
Juventude, no Rio de Janeiro. Mostraria ao mundo todo, não só aos seguidores do
Catolicismo, seu apoio ao trabalho pastoral de Dom Hélder e de Dom Fernando,
semelhante ao feito pelo novo Papa na Argentina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário