segunda-feira, 1 de abril de 2013



Dom Hélder: espelho do Papa Francisco




No dia 7 de julho de 1980, portanto há quase 33 anos, o papa João Paulo II, em sua primeira visita ao Brasil, reconhecia, na missa campal no viaduto Joana Bezerra, no Recife, perante quase dois milhões de pessoas, a importância de Dom Hélder Câmara junto às camadas pobres da população, ao afirmar “Dom Hélder, irmão dos pobres, meu irmão”.

Com a eleição do Papa Francisco, a luta de Dom Hélder renasce, ressurge das cinzas. O Vaticano despojou-se de anéis de ouro, adotou o branco como cor das vestimentas papais. Nada de adornos dourados.

O texto do jornalista Fábio Belisário, do portal Sucesso News, deixa patente as mudanças na Santa Sé: “Em sua aparição no balcão da praça São Pedro, Jorge Bergoglio exibiu um estilo austero, com o branco na batina, na esclavina (pequena capa usada sobre a túnica) e no solidéu (gorro de seda) como cor predominante...Em outra amostra da mudança de estilo, Francisco apareceu no balcão sem estola para dirigir-se aos fiéis e somente colocou-a durante a breve bênção ‘Urbi et Orbi’. Logo depois quis ele mesmo tirá-la, e rapidamente um sacerdote veio correndo para ajudar”.

Como característica de sua formação franciscana, o Papa usa, como parte de sua indumentária, uma cruz de ferro, a mesma desde que foi proclamado bispo de Buenos Aires.

A exemplo de Dom Hélder, que não tinha carro da arquidiocese e andava, sempre, de carona e morava na área de uma pequena sacristia, na Igreja das Fronteiras, no Recife, o Papa Francisco utilizava o metrô em Buenos Aires e preparava suas refeições quando cardeal.

As ações pastorais de Dom Hélder, tanto no Rio de Janeiro, com o Banco da Providência, quanto no Recife, com sua luta contra a ditadura militar e na aproximação da Igreja com os pobres, estão sendo retomadas por Dom Fernando Saburido.

Mas o coroamento dessas lutas seria completo se o Papa Francisco visitasse o Recife, em sua viagem ao Brasil para o Encontro da Juventude, no Rio de Janeiro. Mostraria ao mundo todo, não só aos seguidores do Catolicismo, seu apoio ao trabalho pastoral de Dom Hélder e de Dom Fernando, semelhante ao feito pelo novo Papa na Argentina.

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