Pacotão arrasta multidão
Durante os dias de folia todos esquecem de tudo, dos problemas do país e da corrupção. Será? Não para os “desorganizadores” do tradicional bloco brasiliense da Sociedade Armorial Patafísica Rusticana, apenas conhecido como Pacotão. A consciência política é aliada a descontração em nome da alegria. A idéia inicial de cerca de 30 jornalistas no verão de 1978 era apenas divertir o povo sem qualquer tipo de regra. Mas para amenizar as bombásticas medidas adotadas pela ditadura na época, o grupo resolveu lutar com a melhor das armas. O humor. O nome é inspirado em um pacote de medidas do governo do general Ernesto Geisel, então presidente do Brasil. Mas o tempo passou e já no segundo Carnaval do bloco, em 1979, o cortejo levou perto de 20 mil foliões as ruas da capital federal. Até hoje é o maior público de todos os carnavais do Pacotão.
Wilson Miranda, popularmente conhecido como “Bróder”, é um dos remanescentes da época da criação do bloco e ainda participa como um dos “desorganizadores”, como ele mesmo se nomeia. Porém, hoje Bróder anda um pouco preocupado com o futuro do Pacotão. “O questionamento fomenta a discussão política e o próprio bloco. Se o povo não critica mais os governantes, o Pacotão vai perdendo suas forças, que é inspirado, principalmente, na sátira política”, avaliou. Besteira. E a maior prova de que Bróder está equivocado é o surgimento de um filho legítimo do Pacotão. O bloco Medida Provisória é fruto do pioneiro e também utiliza da brincadeira para fazer crítica aos representantes do povo. “O nome é um questionamento à quantidade de MPs expedidas pelo governo. Mas também se aplica à questão política que desencadeou o surgimento do bloco.
Para este ano, o Pacotão teve como “homenageada” a ministra da Casa Civil e provável candidata do PT a Presidência da República, Dilma Rouseff, com uma marchinha que se transformou no hit do carnaval brasiliense, que no refrão atira sem dó: “Estão maquiando a Dilma pra enganar o povão. O Lula gritou Eureca! Eureca! Quem comeu sapo engole perereca!”, diz a irônica letra da música. Ontem os dois blocos arrastaram, juntos, mais de 5 mil foliões pela Asa Sul. Contudo, na verdade poucos dos presentes estavam realmente preocupados com política. E viva a folia!
Notícia Publicada no jornal “Tribuna do Brasil”
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O Reinado da Alegria
O Reinado de Momo já é tradição no carnaval do Distrito Federal. Durante os quatro dias de festa no Ceilambódromo eles vêem reinando a avenida e os foliões. Nesse período eles deixam de ser pessoas comuns e viram celebridades. O reinado é composto por 11 integrantes. Dentre eles, rei, rainha, princesas e musas contagiam o carnaval com sua alegria e simpatia.Pesando cerca de 120 kg e muito samba no pé, Antonio Sales, Rei Momo do carnaval 2009, diz que essa época ele se sente uma pessoa totalmente inserida no contexto da sociedade. “Sou uma pessoa comum durante o ano inteiro e por ser gordo sou bastante excluído. Essa época me sinto igual a todos, me sinto importante desempenhando esse papel”, desabafou.Segundo ele, o reinado representa a beleza, a alegria, as cores, o brilho e a energia do carnaval. “Eu e meus súditos fazemos o possível para levar boas vibrações aos foliões. Somos nós que damos força ao carnaval”, relatou. O reinado ainda é composto pela musa, Rainha do Entorno, Embaixadriz, Garota simpatia, Rainha GLS, Beleza negra, cidadã e cidadão do samba. Cada um vem representando a magia do carnaval.
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Cerca de 12 mil fiéis brincam o Carnaval
Ontem, no Ginásio Nilson Nelson, foi o último de dia do Rebanhão, encontro anual dos católicos no período de carnaval. Cerca de 12 mil fiéis prestigiaram o evento, que teve início às 7h30 e só terminou por volta das 18h, com missa celebrada pelo bispo D. João Braz de Aviz. A alegria e contemplação eram visíveis em cada pessoa presente. Há 23 anos, os católicos de todo o Distrito Federal, se reúnem nos últimos três dias de carnaval em comemoração à Deus. A cada ano é escolhido um tema, onde são feitas muitas reflexões da bíblia e do cotidiano da vida da comunidade cristã. Com muita alegria e cânticos, a multidão vibrava a cada oração, a cada palavra profetizada.
Herculano Marinho, coordenador da Renovação, relata que este ano o tema escolhido foi “A alegria do senhor é nossa força”, o que significa uma profunda reflexão sobre as dificuldades que a sociedade vem passando em todos os sentidos. “Temos consciência que de todas as mazelas que estamos vivendo no mundo hoje. E o grande problema é que muitas pessoas não têm Deus dentro de si, o que dificulta bastante a superação dos problemas”, desabafou.Segundo ele, o Rebanhão não tem pretensão alguma em disputar com a folia do carnaval. “Muito pelo contrario. Escolhemos esse período justamente para também brincar, pular, cantar, dançar contemplando Jesus, vendo Jesus, pois essa é a nossa força”, Afirmou.Marcos Francisco de Sousa, 22 anos, um jovem fiel, afirmou que se sente bem e que o carnaval fora dali não o interessa. “No carnaval do mundo a única coisa que eu ganhava era uma baita dor de cabeça no outro dia. Aqui, isso me preenche pra sempre. E a farra e a bebida só me preenchiam por um único dia”, explicou. Herculano convida a população cristã que não pode comparecer este ano, para o próximo encontro. “Aqui todos encontrarão paz espiritual. O nosso Rebanhão é uma excelente opção para o carnaval 2010”, concluiu.
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Longe da Folia
No Distrito Federal, a disputa por uma vaga no serviço público é grande. Nem o Carnaval conseguiu afastar os concurseiros de cursinhos na cidade. As salas dos cursos preparatórios estão lotadas, cerca de 800 pessoas estiveram presentes no Obcursos durante o feriado. Para a maioria dos estudantes a prioridade é estudar nos dias de ferido. Márcia Regina de Oliveira Regis, 38 anos, afirma que não quer mais receber um salário que não dá para pagar as contas de casa e quer se dedicar cada vez mais aos estudos. “Nunca me imaginei gostar de estudar. Já estou nessa há um ano, hoje acredito que isso é minha vida, principalmente por saber que posso melhorar de vida. Tenho objetivos e pretendo alcançá-los”, ressaltou. Com o crescimento na procura por concursos públicos, está cada vez mais difícil conseguir a aprovação. Com provas tão concorridas os alunos têm a necessidade de se adaptar aos concursos preparatórios. Quase todos funcionam durante o feriadão e concurseiros tomam como estratégia para se concentrar no objetivo de passar e não cair na tentação da folia.
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Matérias selecionadas por Cristiane Condé, colaboradora deste blog.
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