domingo, 1 de fevereiro de 2009

CENTRO-OESTE MADRUGADOR (LXVIII)

ATRAVESSANDO FRONTEIRAS

Em busca da perfeição


Mulheres mato-grossenses estão deixando o Brasil rumo à Bolívia em busca da perfeição corporal por meio da cirurgia plástica. Os baixos preços praticados no país vizinho, que chegam a ser até 90% menores que os nacionais, têm atraído dezenas de mulheres do Estado para as clínicas bolivianas num movimento intenso e criado uma clientela brasileira fiel aos profissionais do outro lado da fronteira. Por meio da estrada que liga Cáceres a San Mathias, elas vão em espécies de excursões com amigas para Santa Cruz de la Sierra. Geralmente chegam em grupos na Bolívia, acompanhadas de alguém que já se submeteu a operações no local e gostou dos resultados. Muito longe de ser um passeio turístico, o interesse desse público vem se intensificando desde o ano passado.

Entre dezembro e janeiro, o cirurgião plástico Carlos Lino estima ter realizado procedimentos cirúrgicos em mais de 20 mato-grossenses. "São mulheres do Brasil inteiro que vem para cá. Tanto de Mato Grosso, como Mato Grosso do Sul, São Paulo e de outros Estados. Já operei mais de 1.500 brasileiras", relata, em entrevista ao telefone. A advogada Kattleen Káritas, de 27 anos, passou pela experiência em julho do ano passado. Com a amiga Kattyely Greff, de 21 anos, foi para Santa Cruz a uma clínica indicada por uma colega. "Não fui disposta a entrar no centro cirúrgico, mas quando cheguei lá, fiquei impressionada com o tamanho da clínica, que era ótima e contava com médicos de mais de 30 especialidades". Após uma consulta com um cirurgião, ela decidiu fazer uma lipoaspiração no abdômen, implante de silicone no seio e otoplastia, cirurgia na orelha. Em menos de 48 horas estava tudo pronto para o início dos procedimentos. O pacote negociado com o médico impressiona. Custou à advogada R$ 2 mil, com os exames necessários, a prótese e a internação no hospital inclusos. "O único gasto extra que tive foi para voltar de avião para Cuiabá e o hotel, ótimo, que fiquei depois da cirurgia. E paguei apenas cerca de R$ 10 pela diária”. A indicação do médico é que a paciente permaneça na Bolívia no mínimo por uma semana após a alta. Contudo, não foi o que fez a comerciante Kattyely. Dois dias depois de se submeter a uma lipoaspiração, preenchimento nas nádegas e implante de silicone nos seios, ela voltou de avião para Cáceres, onde mora.

Ir à Bolívia é ‘insensatez’, rotula médico de Mato Grosso

O representante da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica em Mato Grosso, Fernando Arruda, rotula como ‘insensatez’ a ida de mulheres para a Bolívia em busca de preços baixos em cirurgias plásticas. "É totalmente contra-indicado, pois a paciente precisa de no mínimo seis meses de acompanhamento médico pós-cirúrgico", alerta. Para o cirurgião, quem vai ao país vizinho "no escuro", sem informações precisas sobre a qualidade dos serviços, está arriscando a própria vida.

Notícia Publicada no jornal “Diário de Cuiabá”
Link: http://www.diariodecuiaba.com.br/

DUBAI

‘Pérola do Oriente’ atrai cuiabanos

Crescimento econômico vertiginoso e empregos regados a benefícios inusitados no Brasil impulsionam imigração de jovens da Capital de MT

Conhecida mundialmente pelo intenso crescimento econômico e urbanístico que tem vivenciando nos últimos anos, Dubai está atraindo cuiabanos para os Emirados Árabes Unidos. O processo de expansão na região vem fazendo com que moradores de Cuiabá deixem o Brasil em busca de oportunidades e desafios profissionais na cidade conhecida como “pérola do Oriente”. A possibilidade de desfrutar da experiência multicultural e uma proposta de trabalho irrecusável levaram a publicitária cuiabana Valéria de Oliveira Teixeira, de 22 anos, a trocar o emprego em uma multinacional pela vida em Dubai. Desde setembro do ano passado ela trabalha na companhia de aviação Emirates Airlines como comissária de bordo e viaja pelo mundo. Só pela Emirates, são ao menos três cuiabanos vivendo no segundo maior emirado da região. “Dubai é um canteiro de obras. Você olha pela janela e só vê prédios em construção. Os benefícios e oportunidades que a empresa te oferece são irrecusáveis. São muito raras as pessoas que pensam em voltar a viver no Brasil”, destaca Valéria.

O estilo de vida que se mantém na região é privilégio de poucos em território brasileiro. Chega a ser quase um sonho. Valéria foi informada sobre o emprego por um amigo cuiabano, que também é comissário em Dubai. Sua experiência foi um dos estímulos para que a jornalista de Cuiabá Priscila Figueiredo, de 24 anos, também entrasse para a companhia aérea. Priscila vive a expectativa de conhecer Dubai, onde ela aportará no dia 29 deste mês. “A profissão é muito glamourosa. Acho que deve ser viciante. Antes mesmo de chegar lá, já tenho a certeza que dificilmente vou querer voltar, mesmo tendo que deixar o jornalismo por um tempo. Não há oportunidades como essa aqui”, observa Priscila. A única exigência para o emprego é o inglês fluente e a altura mínima de 2,12 metros, considerando a extensão da ponta dos pés até a ponta dos dedos da mãe, com os braços esticados. Embora soe curioso, o segundo quesito se dá em atendimento às normas de segurança aérea. Numa emergência, o comissário precisa travar compartimentos ou rapidamente retirar pertences de mão, acomodados acima dos passageiros. O site para informações é www.flyrightintl.com.


Notícia Publicada no jornal “Diário de Cuiabá”
Link: http://www.diariodecuiaba.com.br/


Matérias selecionadas por Cristiane Condé, colaboradora deste blog.

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