NORTE MADRUGADOR (VII)

Sonhos, conquistas e decepções

Apesar da indiferença da sociedade, as crianças internadas no Educandário Santa Margarida continuam a espera de pais adotivos ou de amigos voluntários. São aproximadamente 29 internos, com idade entre zero e 12 anos, muitos vítimas de abuso sexual, maus – tratos e abandono familiar. Eles não querem muito, buscam apenas alguém que possa dar a eles, amor, carinho e atenção, para que consigam superar os traumas do passado.

“O acolhimento tem sido a nossa terapia, mais eficaz para resgatar estas crianças que estavam pressas à exclusão social”, destacou Edilueza Ferraz, coordenadora da entidade filantrópica

Há 18 anos, cuidando dos internos como se fosse mais um membro da grande família, ela relatou que os meninos e as meninas contam com uma rotina comum a qualquer criança da sua idade, para que eles possam restaurar a auto – estima. Por isso, acordam cedo, freqüentam a sala de aula, participam da aula de reforço escolar, brincam, participam da oficina de cerâmica, assistem televisão e ainda participam do grupo de oração. “No horário de repouso, eles contam com o carinho dos funcionários que estão de plantão”, comentou a administradora do Educandário Santa Margarida. Segundo ela, a prefeitura de Rio Branco garante o funcionamento da Escolinha Irmã Maria Gabriela, que oferece o ensino fundamental (Pré – Escola a 4ª Série Primária).

Assim, que os internos terminam o primário, elas são matriculadas nas escolas da rede pública que ficam nas imediações do internato. Nas datas festivas, feriados e nos finais de semana, as crianças internadas tem oportunidade de passarem o final de semana dos amigos do Educandário Santa Margarida, visitarem os parques públicos e praças, para continuarem sonhando como toda criança que possui um lar e uma família estruturada.