quarta-feira, 24 de setembro de 2008

A TENTAÇÃO DO PODER

Nathalia Andrade, estudante de Jornalismo da Universidade Católica de Pernambuco e colaboradora do Blog do Madrugador, tinha acertado numa reunião da editoria do blog de entrevistar familiares, amigos e colegas de faculdade sobre a cassação do registro do candidato à Prefeitura do Recife, João da Costa.

Hoje, conversou com o editor e avisou que queria externar seu ponto de vista sobre os acontecimentos. A proposta foi aceita. Eis o desabafo de uma jovem já decepcionada com a política.

Cadê os caras-pintadas?

Leiam o texto e reflitam:

Sob a acusação de abuso do poder econômico e político, o juiz da 8ª Zona Eleitoral do Recife, Nilson Guerra Nery, cassou a candidatura João da Costa e decretou inelegibilidade do candidato por três anos.

Dois pontos se destacam nessa história. Primeiro foi o uso da Secretaria de Educação. Em algum momento da vida, as pessoas escutam o provérbio popular: “o exemplo começa de cima”. Então, a secretaria responsável pelo sistema educacional da cidade, infelizmente, foi a primeira a dar o mau exemplo.

O segundo fato é que, sem dúvida, não é o primeiro caso de uso da máquina pública em benefícios pessoais. E será o último? Ou pior, será que os políticos que fizeram denúncias e divulgaram os laudos (confidenciais) são exemplos de compromisso político com a honestidade?

Nesse momento, surge outra pergunta: de quem é a culpa? Sinceramente, dos eleitores. Existem falhas cruciais no comportamento dos eleitores e que ainda existem porque a maioria dos brasileiros não está preparada para viver e exercer a democracia com maturidade. Infelizmente, são inúmeros os casos de pessoas pobres que pedem ajuda financeira em troca do voto, de empresários que fazem acordos com políticos em troca benefícios comerciais, de pessoas poderosas que formam verdadeiros currais eleitorais, e de “comandantes” do tráfico de drogas que privam os eleitores de escolher o voto.

Enfim, o voto ainda é moeda de troca ou instrumento de coerção. Sem dúvida, a questão eleitoral no Brasil é dramática e contraditória. Quer um exemplo? Quando finalmente existe uma punição para quem não faz uma política honesta, o cidadão comum se divide entre dois sentimentos: alívio e decepção. Alívio por ver que existe uma justiça que fiscaliza irregularidades e decepção porque a maioria das pessoas acredita que “isso não vai dar em nada”. Será?

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