quarta-feira, 17 de setembro de 2008

À NOITE, NÃO


Nas principais cidades do Mundo, os serviços de carga e descarga de mercadorias, coleta de lixo, limpeza das ruas, conservação de calçamento e troca de luminárias são feitos após as 22 horas e, em alguns casos, dependendo da movimentação de veículos e de pessoas, de madrugada.

No Recife, apesar de existir uma lei municipal sobre horário de carga e descarga, caminhões, furgões e caminhonetes atravancam as ruas para entregar ou receber produtos sem qualquer punição. Se não há multa para esses infratores, muito menos se coíbe o abuso dos veículos de órgãos públicos e de empresas prestadoras de serviços ao Estado e ao município.

Dois exemplos mais recentes, constatados em apenas um dia e num mesmo bairro, mostram a omissão do Poder Público na ordenação do espaço urbano. Em Boa Viagem, na esquina da Rua Padre Bernardino Pessoa com a Avenida Domingos Ferreira, um caminhão da Emlurb, ao ocupar três das quatro faixas da via, provocava um enorme engarrafamento, numa rua caracterizada por um intenso tráfego por conta dos colégios e faculdades existentes.

Na Avenida Boa Viagem, quase no mesmo horário, veículos de prestadoras de serviços ocupavam a já estreita faixa de rolamento, após as obras de requalificação, com os operários substituindo as luminárias. Detalhe: os dois serviços estavam sendo feitos no segundo dia da semana, complicando ainda mais o caótico trânsito da Zona Sul.

Moral da história: para não trabalhar à noite, há duas hipóteses: as empresas ou o Poder Público não querem pagar adicional noturno ou a realização de obras durante o dia mostra que o prefeito está trabalhando. Mas, há possibilidade de surgir uma terceira alternativa: a insegurança. Alguém vai querer roubar um caminhão caçamba ou uma máquina pavimentadora.



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