O Governo Federal conseguiu, até agora, desqualificar o bispo de Barra, dom Luiz Cappio, e passar a idéia de quem se opõe à transposição do São Francisco é um “fundamentalista”, incapaz de colaborar, um intransigente.
Para não se cometer uma injustiça, a desqualificação do bispo deve-se também à ingenuidade dele, ao achar que seu gesto, num País que não é tão católico como antes, teria resultados práticos. Junte-se ao espírito de dom Luiz Cappio de “cristão da época do Império Romano” a utilização política de seu gesto por entidades, partidos e segmentos contrários ao Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A maneira de o Governo Federal e os defensores da Transposição apresentar o projeto para o País passa a idéia de que o desvio do rio São Francisco será a redenção do semi-árido, ao levar água para “12 milhões de pessoas sedentas e à beira da miséria nos sertões nordestinos”.
A tática tem dado certo. Ela conseguiu politizar a questão. Não se discutem os objetivos da transposição. Quem vai receber, efetivamente, as águas do São Francisco?
Como será feita a distribuição para quem não mora junto aos açudes de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte?
Quando esses três Estados disporão de infra-estrutura hídrica idêntica à do Ceará, construída, ao longo de anos, pelo DNOCS, como relatamos no texto postado em 17 de novembro passado e intitulado “POUCA ÁGUA GUARDADA EM ESTADOS COM MUITA ÁREA SECA”?
Aí reside a “propaganda enganosa” do Governo Federal, pois na realidade o que se garantirá é o fornecimento constante de água à Região Metropolitana de Fortaleza e ao complexo industrial-portuário de Pecém .
A transposição tem duas faces: uma, fictícia, destinada a sensibilizar a opinião publica nacional; a outra, real, mas oculta, por não dizer, com todas as letras, quem será realmente beneficiado com as águas do São Francisco.
Com a transposição concluída, vão começar a surgir as contestações ao projeto, até agora abafadas pela campanha nacional, apoiada pelos principais veículos de comunicação e respaldada por declarações de personagens proeminentes do espectro político e econômico brasileiro.
Quando Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte constatarem que a transposição não terá os mesmos efeitos dos verificados no Ceará, suas reclamações vão parecer, junto à Nação, como mais “um choro de nordestino, acostumado em só receber ajuda dos Estados ricos”.
Aí entra a estória de que o Nordeste é um sorvedouro de recursos do País. Será tarde, “Inês estará morta”.
Como diz a Rede Globo, “Vale a Pena Ver de Novo” o mapa que mostra claramente o que foi feito no Ceará, o pouco que se prevê para Pernambuco, Paraíba e Rio Grande e deixa, sem explicação, o que faltaria a ser feito. (Ao clicar no infográfico do Ministério da Integração Nacional, você o ampliará e terá uma idéia do processo da transposição.)
Para não se cometer uma injustiça, a desqualificação do bispo deve-se também à ingenuidade dele, ao achar que seu gesto, num País que não é tão católico como antes, teria resultados práticos. Junte-se ao espírito de dom Luiz Cappio de “cristão da época do Império Romano” a utilização política de seu gesto por entidades, partidos e segmentos contrários ao Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A maneira de o Governo Federal e os defensores da Transposição apresentar o projeto para o País passa a idéia de que o desvio do rio São Francisco será a redenção do semi-árido, ao levar água para “12 milhões de pessoas sedentas e à beira da miséria nos sertões nordestinos”.
A tática tem dado certo. Ela conseguiu politizar a questão. Não se discutem os objetivos da transposição. Quem vai receber, efetivamente, as águas do São Francisco?
Como será feita a distribuição para quem não mora junto aos açudes de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte?
Quando esses três Estados disporão de infra-estrutura hídrica idêntica à do Ceará, construída, ao longo de anos, pelo DNOCS, como relatamos no texto postado em 17 de novembro passado e intitulado “POUCA ÁGUA GUARDADA EM ESTADOS COM MUITA ÁREA SECA”?
Aí reside a “propaganda enganosa” do Governo Federal, pois na realidade o que se garantirá é o fornecimento constante de água à Região Metropolitana de Fortaleza e ao complexo industrial-portuário de Pecém .
A transposição tem duas faces: uma, fictícia, destinada a sensibilizar a opinião publica nacional; a outra, real, mas oculta, por não dizer, com todas as letras, quem será realmente beneficiado com as águas do São Francisco.
Com a transposição concluída, vão começar a surgir as contestações ao projeto, até agora abafadas pela campanha nacional, apoiada pelos principais veículos de comunicação e respaldada por declarações de personagens proeminentes do espectro político e econômico brasileiro.
Quando Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte constatarem que a transposição não terá os mesmos efeitos dos verificados no Ceará, suas reclamações vão parecer, junto à Nação, como mais “um choro de nordestino, acostumado em só receber ajuda dos Estados ricos”.
Aí entra a estória de que o Nordeste é um sorvedouro de recursos do País. Será tarde, “Inês estará morta”.
Como diz a Rede Globo, “Vale a Pena Ver de Novo” o mapa que mostra claramente o que foi feito no Ceará, o pouco que se prevê para Pernambuco, Paraíba e Rio Grande e deixa, sem explicação, o que faltaria a ser feito. (Ao clicar no infográfico do Ministério da Integração Nacional, você o ampliará e terá uma idéia do processo da transposição.)
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