sábado, 8 de dezembro de 2007

CAPIBA: UM POETA DO FREVO

Quem foi que disse que frevo não tem poesia? Certamente quem pensa no frevo apenas como um ritmo estridente, levando o folião a fazer as mais diferentes e extravagantes piruetas. Não, o frevo é também canção. Tem letra.

No frevo, existem três formas de apresentação musical: o frevo de rua (o frevo rasgado, com o som da orquestra de metais); o frevo canção (intercalando a letra com o som dos metais) e o frevo-de-bloco (música mais lenta, com letra de forte conteúdo poético e ao som de uma orquestra de corda). Capiba, registrado com o nome de Lourenço da Fonseca Barbosa, compunha as três variantes do frevo e criava valsas e chorinhos.


Capiba, a exemplo do seu primo Abelardo Barbosa (Chacrinha), também nasceu em Surubim (28/10/1904), no Agreste Setentrional e situada a 130 quilômetros do Recife, cidade que adotou e onde morreu (31/12/1997).


Ele também faz parte do Circuito de Poesia, criado pela Prefeitura, para homenagear os poetas, recifenses ou não, que cantaram em prosa e verso a cidade, como ele fez na canção Recife, Cidade Lendária.



Eu ando pelo Recife, noites sem fim


Percorro bairros distantes sempre a escutar


Luanda, luanda, onde está?


É alma de preto a penar


Recife, cidade lendária


De pretas de engenho cheirando a bangüê


Recife de velhos sobrados, compridos, escuros


Faz gosto de ver


Recife teus lindos jardins


Recebem a brisa que vem do alto mar


Recife teu céu tão bonito


Tem noites de lua pra gente cantar


Recife de cantadores


Vivendo da glória, em pleno terreiro


Recife dos maracatus


Dos tempos distantes de Pedro primeiro


Responde ao que eu vou perguntar:


Que é feito dos teus lampiões?


Onde outrora os boêmios cantavam


Suas lindas canções


Representada na Rua do Sol, em pé num balcão antigo, a estátua de Capiba evoca os velhos carnavais e saúda o desfile do Galo da Madrugada e o autêntico frevo pernambucano.


Veja mais sobre Capiba no endereço


http://cliquemusic.uol.com.br/artistas/capiba.asp

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