SBPC VAI DEFINIR FUTURO DO VELHO CHICO?

Se a tendência política da Reunião Regional da SBPC no Vale do São Francisco for definida pela presença dos governadores, o resultado final será conhecido de véspera. Somente Eduardo Campos, de Pernambuco, e Jaques Wagner, da Bahia, tinham confirmado, até o dia 31 de outubro, data de lançamento do encontro, a participação no evento.

Para reforçar a corrente dos defensores da transposição do São Francisco, tema previsto no encontro, mas tratado como se fosse a integração de bacias e a revitalização do rio, o prefeito do Recife, João Paulo, vai levar, em dois ônibus, uma caravana de especialistas, pesquisadores e estudantes. Os quase 800 quilômetros entre a capital e Petrolina vão ser “café pequeno” para o que eles encontrarão na reunião.

Para começo de conversa, serão quatro conferências, 18 mesas-redondas e 20 minicursos e oficinas, com os participantes, após beberem a água do Velho Chico, abordando temas os mais variados: água para abastecimento humano, agricultura e saúde pública e integração de bacias e revitalização do rio São Francisco. Tudo isso para mostrar ao País e ao Mundo a projeção e a importância do Vale.

O discurso foi previamente traçado pelo vice-reitor da Univasf, Paulo César de Lima: as reuniões regionais da SBPC têm o poder e a responsabilidade de divulgar informações que influenciam o trabalho da sociedade, e a universidade pública entra como instrumento para o desenvolvimento da área de tecnologia que possa transformar a realidade local. Esse é para nós um verdadeiro momento histórico.

A Reunião Regional da SBPC no Vale do São Francisco terá um amplo apoio oficial, retratado na participação da Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq - e do Ministério da Ciência e Tecnologia.

Como a programação geral somente será divulgada a partir do dia 14/11, portanto a duas semanas do evento, até lá proliferarão as hipóteses sobre quem vai remar contra a maré: os defensores da transposição ou os contrários às apregoadas “integração de bacias e revitalização do rio São Francisco”. Quem viver, verá.