domingo, 4 de novembro de 2007

PERNAMBUCO PERDE CADEIA DO BIODIESEL SEM FERROVIA

A estratégia da HLC Enviromental Holding de produzir em Petrolina óleo, à base de soja, e biodiesel, a partir do pinhão, e centralizar a compra de matéria-prima no Oeste da Bahia, deve ter por base o projeto baiano da Hidrovia do São Francisco (clique na foto para ampliar), o qual, para que apresente resultados econômicos, estabelece a integração das hidrovias a uma cadeia intermodal de transportes.

O documento enfatiza que “a hidrovia do São Francisco tem a vantagem de já fazer parte de uma cadeia intermodal, integrada pelo modal rodoviário (trecho Luís Eduardo Magalhães ao terminal de transbordo de Muquém do São Francisco), o próprio modal hidroviário (entre Muquém e o Porto de Juazeiro) e o modal ferroviário (de Juazeiro a Aratu). Outra característica positiva dessa hidrovia é a existência de carga nos dois sentidos, situação que é pouco comum neste tipo de transporte”.

Com a Biovasf, o grupo HLC completa o elo que faltava para exportar o biodiesel para a Europa, produzido a partir da soja, cultivada no Oeste baiano, e do pinhão manso, cujas pesquisas da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), numa parceria com as universidades federais da Bahia e do Recôncavo Baiano e a Católica de Salvador, indicaram potencialidade em 16 municípios, inclusive em Irecê. Nessas localidades, foram instaladas unidades de observação, onde se identificam “as melhores características agronômicas para a produção de biodiesel”.

Em Pernambuco, a Embrapa Semi-Árido, que participou das pesquisas da EBADE e está localizada a 40 Km de Petrolina, calcula que nesse município possam ser utilizados 20 mil hectares de sequeiro para a produção de biodiesel, mesmo com o técnico Marcos Antônio Drummond, coordenador da pesquisa sobre pinhão manso, chamando a atenção para o fato de o comportamento desse arbusto no semi-árido não estar bem avaliado.

A logística adotada pelo HLC revela três desvantagens pernambucanas em relação à Bahia na cadeia do biodiesel a ser produzido em Petrolina: sem controle do trecho do Velho Chico entre a barragem de Sobradinho e Ibotirama, cujas as duas margens estão em território baiano; distância maior entre Petrolina/Juazeiro e o porto do Recife em relação ao de Salvador e existência de uma ferrovia ligando o sub-médio São Francisco à capital baiana.

Aí é que se vê como está custando caro a Pernambuco a estória para boi dormir em que se transformou a construção da Transnordestina.

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