domingo, 4 de novembro de 2007

HLC COMPRA FÁBRICA APÓS 15 MESES DO ANÚNCIO


O pinhão manso (clique na foto para ampliar), também conhecido como pinhão branco e que substitui o sangue animal nas oferendas a Exu, vai dar sangue novo à Indústria Nordestina de Óleos Vegetais. A transfusão, anunciada no ano passado pelo então prefeito de Petrolina, Fernando Bezerra Coelho, durante a 1ª Agrishow Semi-Árido, somente agora foi confirmada pelo presidente mundial da HLC Enviromental Holdin, Horácio Carvalho, ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

A demora de 15 meses no anúncio de aquisição da unidade, que pertencia ao Grupo Coelho e estava arrendada à Caramuru Alimentos, deve-se, certamente, à condição de o Brasil ser um País cartorial, emperrando todas as transações entre pessoas ou empresas, sujeitando-as aos carimbos de um órgão público.

Superados os entraves burocráticos, a fábrica, sem funcionar há dois anos, terá nova razão social, passando a se chamar Biodiesel do Vale do São Francisco (Biovasf) e começará a operar no primeiro trimestre do próximo ano. O grupo HLC, além de investir R$ 20 milhões na compra da unidade industrial, adquiriu um terminal na cidade baiana de Muquém, localizada às margens do São Francisco na região dos cerrados.

O interesse do grupo HLC, revelado desde 16 de julho do ano passado, foi noticiado pelos repórteres e colunistas que cobriam a 1ª Agrishow Semi-Árido, com o correspondente, à época, do jornal Valor Econômico, Paulo Emílio, explicando o porquê do apoio dos agricultores à venda da empresa que, naquele momento, ainda não tinha nome.

A atenção foi despertada justamente em função dos custos de produção. Enquanto o litro do produto feito à base de pinhão manso sai por R$ 0,29, o mesmo produto obtido a partir da mamona não sai por menos de R$ 1,35, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento - Conab.
Essas vantagens foram reforçadas pelo agricultor José Eudócio dos Santos: "O governo quer que plantemos mamona, mas não conseguimos crédito e o preço da mamona está muito baixo. Por R$ 0,25 ou R$ 0,30 nem compensa o trabalho. Mas com uma fábrica aqui, esta coisa do pinhão manso começa ser uma nova oportunidade de garantir algum dinheiro para o trabalhador".

Nenhum comentário: