quinta-feira, 8 de novembro de 2007

DEFESA DA CAATINGA NÃO SE RESOLVE COM PRISÃO

Postamos no dia 26 de outubro um texto sobre a devastação da caatinga no sertão pernambucano do Araripe. Questionávamos as fabriquetas, as médias e as grandes empresas que vez por outra anunciam um plano de replantio, mas que, de concreto, quase nada se fez até agora.

Pois bem, o Ibama, as polícias federal e rodoviária federal e a Delegacia Regional do Trabalho resolveram agir. Apenas um proprietário foi preso. Certamente, os outros destruidores da Natureza estão em “local incerto e ignorado”. Somente o dono da fábrica Gesso Santa Terezinha foi encontrado. Ele não deve ter pago a promessa de replantar árvores.

Coincidentemente, postamos hoje o texto “Um sigla para espionar a Natureza” sobre a necessidade de criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) em Pernambuco e, especialmente, no semi-árido.

Recebemos, por conta dessa postagem, um comentário de Fernando e Christiane Pimentel Teixeira sobre RPPN: “Vale realçar que nem todos os Estados e Municípios podem criar uma RPPN (tem que haver Lei própria para isso), muito pelo contrário, infelizmente. Mas é sempre bom haver a divulgação dessa categoria de Unidade de Conservação”.

A colocação de Fernando e Christiane pode servir de ponto de partida para uma ação de grupos dedicados à preservação do meio ambiente junto aos seus representantes nas câmaras municipais, assembléia legislativa, câmara federal e senado.

É importante também contar com o apoio nessa luta com entidades voltadas para a defesa da Natureza, como é o caso da ONG Centro Sabiá, cujo coordenador geral é José Aldo dos Santos, um entusiasta na preservação do meio ambiente e cujo compromisso da ONG está expresso no nome, ao homenagear o pássaro, símbolo da diversidade do planeta, e a planta que, à semelhança do boi, “tudo se aproveita”.

Conhecemos na Serra da Baixa Verde, precisamente em Triunfo, o trabalho do Centro Sabiá junto às comunidades, orientando-as, inclusive, nos cuidados nos plantios, como forma de acabar no semi-árido com hábitos arraigados no trato da terra.

Vamos repetir o que dissemos no texto postado em 26 de outubro, intitulado A caatinga vira fumaça: “Já passou da hora de uma atitude firme para tentar minimizar a destruição da caatinga. Não é possível assistir impassível à degradação do meio-ambiente. O engraçado, se isso pode ser chamado de engraçado, é que essa história se repete sempre que assume um novo Governo. É querer fazer cortina de fumaça com a lenha extraída da caatinga”.

Chegou a hora de ouvir, sem temor de uma grande queimada, o canto do sabiá e admirar as flores do sabiá, onde as abelhas vão buscar a matéria prima para a produção de mel.
A foto do "canteiro" de xique-xique é de Nilton de Brito Cavalcanti, do blog http://fatosefotosdacaatinga.blogspot.com/

Nenhum comentário: