Entre os meses de abril e maio deste ano, durante o período chuvoso, o lago de Sobradinho atingiu 100 por cento de capacidade de armazenamento de água. À época, a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) informou que o volume acumulado seria suficiente para garantir a produção de energia elétrica por dois anos. Contudo, passados apenas cinco meses, o reservatório enfrenta uma das piores secas da sua história e conta atualmente com menos de 20 por cento de água depositada no seu leito.
O problema ocorre por conta de dois fatores: as chuvas foram fracas nos últimos meses nas regiões Sul/Sudeste, o que obrigou o sistema CHESF a ofertar uma maior quantidade de energia para aquela área e ao mesmo tempo, a estiagem afeta o Norte de Minas Gerais e o Oeste da Bahia, onde ficam as nascentes e os principais afluentes que contribuem com águas para o rio São Francisco.
O lago de Sobradinho foi formado nos anos 70, após o represamento do Velho Chico, com a construção de uma barragem. Trata-se do maior reservatório artificial do mundo, com um espelhod’água de 4 mil quilômetros quadrados e 34 bilhões de metros cúbicos, que banha os municípios de Sobradinho, Casa Nova, Remanso, Sento Sé e Pilão Arcado.
Cerca de trezentas mil pessoas dependem diretamente das águas da represa de Sobradinho, para sobreviverem no Norte da Bahia. A seca traz preocupações quanto ao abastecimento de água nas cidades e áreas interioranas, além de prejuízos à agricultura irrigada e pesca, principais atividades econômicas da região.
O lago de Sobradinho está hoje com menos de 20% da sua capacidade total. É a maior baixa dos últimos cinco anos, segundo a CHESF. A previsão é que o reservatório baixe ainda mais, o que pode comprometer a geração de energia e a qualidade de vida de milhares de pessoas.
* Comunicador da Rádio Juazeiro AM (Juazeiro-BA) e aluno do 8º Período do Curso de Comunicação Social - Jornalismo Multimeios da Universidade do Estado da Bahia (UNEB).
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