quarta-feira, 28 de novembro de 2007

ASCENSO TINHA HORA PARA COMER, DORMIR E VADIAR


Em muitas das principais cidades do Mundo, há sempre esculturas lembrando seus heróis e, em algumas, bustos e estátuas relembram poetas. Para mostrar os pernambucanos ilustres que cantaram, em versos, sua terra, o prefeito do Recife, João Paulo, criou o Circuito da Poesia, “um reconhecimento aos talentos pernambucanos e que embelezam os postais recifenses, além de estreitar os laços do cidadão com a cultura”.

O projeto é uma parceria com a Fundação Banco do Brasil, cujas obras foram confeccionadas pelo artista plástico Demétrio Albuquerque e se encontram em vários pontos do centro da cidade.

Hoje, vamos destacar um dos homenageados no Circuito da Poesia, o poeta Ascenso Ferreira, nascido na cidade de Palmares. Morreu no Recife em l965. Sua escultura, acomodada em um fardo de jornais, ao lado de pilhas de livros que lhe servem de banco e descanso, foi colocada defronte do Paço Alfândega, às margens do Rio Capibaribe.

A poesia de Ascenso pertence à primeira geração do Movimento Modernista de Pernambuco, tendo publicado em 1927 seu primeiro livro Catimbó.



Tradição e Outras Histórias


Terraço da Casa-Grande de manhãzinha, fartura espetaculosa dos coronéis:


— Ó Zé-estribeiro! Ó Zé-estribeiro!


— Inhôôr!


— Quantos litros de leite deu a vaca Cumbuca?


— 25, seu Curuné!


— E a vaca malhada?


— 27, seu Curuné!


— E a vaca Pedrês?


— 35, seu Curuné!


— Sóó? Diabo! Os meninos hoje não têm o qui mamar!



SUCESSÃO DE SÃO PEDRO


— Seu vigário!


Está aqui esta galinha gorda


que eu trouxe pro mártir São Sebastião!


— Está falando com ele!


— Está falando com ele!



GAÚCHO


Riscando os cavalos!


Tinindo as esporas!


Través das cochilhas!


Sai de meus pagos em louca arrancada!


— Para que?


— Pra nada!


Veja mais sobre Ascenso Ferreira no endereço

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