quarta-feira, 28 de novembro de 2007

TRANSPOSIÇÃO AGORA É UMA QUESTÃO POLÍTICA


A Transposição do rio São Francisco deixou de ser uma questão técnica. Transformou-se, a exemplo da Reforma Agrária, numa luta político-ideológica. De um lado, os defensores intransigentes da “integração de bacias”, capitaneados pelos cearenses de todos os matizes, secundados por setores da Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco e os governadores da base de apoio ao presidente da República; do outro, os contrários à criação dos eixos norte e leste: Igreja Católica, incluindo o CIMI; ecologistas; segmentos de esquerda e ONGs adeptas de soluções simples, caseiras, para o semi-árido.

Nessa discussão, há um elemento pouco explorado até agora, levantado, sutilmente, por alguns segmentos, a exemplo dos discípulos do frei Luiz Flávio Cappio, bispo da diocese de Barra e em greve de fome (um apelo inútil para um País acostumado a ver gente famélica nas ruas das metrópoles) no município de Sobradinho, às margens da represa do mesmo nome.

A transposição é uma obra complementar ao grande projeto cearense, construído ao longo de décadas (ver textos postados em 23 de outubro, 6, 17, 18 de novembro e 19 de novembro e observar mapa) e destinado a proporcionar água à Região Metropolitana de Fortaleza de forma constante, como se um rio banhasse a capital alencarina. Os sites do Ministério da Integração Nacional e da Secretaria de Recursos Hídricos do Ceará mostram, com clareza, a estrutura montada pelos cearenses para levar água à Região Metropolitana e ao Porto de Pecém. Os endereços eletrônicos estão no final deste texto.

Com a implantação do complexo portuário-industrial de Pecém, construído, a exemplo da rede de açudes cearenses, com recursos federais, a necessidade hídrica superou as previsões iniciais. Então, com a concretização da usina siderúrgica, o fornecimento de água é questão de vida e morte para o parque agroindustrial do Ceará.

Por que o presidente da República tomou o pinhão na unha? Ou ele entende que a obra vai realmente beneficiar os marginalizados nordestinos do semi-árido ou atua politicamente, ao usar um contrapeso (a transposição) aos investimentos em Pernambuco.

Aí, a “integração de bacias” – ao unir a do São Francisco às dos rios que deságuam nos principais açudes cearenses – deixa de ser técnica para ser política.

Site do Ministério da Integração Nacional
Site da Secretaria de Recursos Hídricos do Ceará




PEDIDO DE DESCULPAS

Problema no nosso provedor de acesso à rede mundial de computadores, levou-nos a não postar na terça-feira, 27 de novembro, qualquer texto neste blog. Pedimos desculpas aos internautas.

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