PERNAMBUCO FAZ BENCHMARKETING DA TOYOTA

O anúncio da implantação de montadoras de veículos em Pernambuco funciona como um possível aceno da bandeira quadriculada na corrida do Estado pela conquista de um empreendimento. Desde a chegada de novas montadoras ao País, ampliando esse setor industrial, os governadores pernambucanos alardeiam a instalação de uma unidade automobilística.

Como a Toyota estuda onde implantar sua segunda unidade no Brasil, numa decisão que só será tomada no próximo ano, a notícia acende a luz verde em Pernambuco, principalmente no Agreste , onde há muito floresce a prática do benchmarketing, tanto na indústria de confecções quanto no alongamento de carrocerias dos jipes da Toyota.

Benchmarketing, uma prática usual na dita China Comunista e muito conhecida em outros paises, poderia ser definida, de forma rasteira e chula, como “a produção em série de cópias”. Mas, para os especialistas, trata-se de criar um produto similar ou diferenciado.

Interpretações à parte, “o produto diferenciado” da Toyota é o principal meio de transporte dos feirantes e dos pequenos proprietários de confecções nas regiões Agreste Setentrional – incluindo Limoeiro, Surubim, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe – e Agreste Central – polarizada por Caruaru. Trata-se do jipão alongado ou Toyota espichado, produzido, a partir da Toyota modelo Bandeirante, nas “montadoras” instaladas em fundo de quintal em diversas cidades agrestinas.

Em Brejo da Madre de Deus, onde se situa Nova Jerusalém, existem 20 “montadoras semi-artesanais”, onde os chassis são espichados em um metro, com a capacidade de transporte do veículo passando de cinco para 12 passageiros. Isso permite carregar uma tonelada de carga.

Sem levar em conta os alongados “exportados” para Alagoas, Bahia, Goiás, Paraíba, Rio de Janeiro e São Paulo, onde também são usados para enfrentar terrenos pedregosos e difíceis, circulam mais de oito mil toyoteiros, proprietários de Toyotas espichados.

A criatividade dos benchmarqueteiros e a experiência no manuseio das peças do Toyota indicam pelo menos que Pernambuco pode ocupar um dos primeiros lugares no gread de largada, pois no próprio Agreste existe uma das maiores fábricas de baterias do País, a Moura, e no Estado há várias indústrias de autopeças.

Benchmarketing não falta a Pernambuco.