quarta-feira, 17 de abril de 2013



Um tiro destrói a juventude

Há dois meses e dois dias, o torcedor Lucas Lyra, do Clube Náutico Capibaribe, levou um tiro do segurança de um ônibus que trafegava pela Avenida Conselheiro Rosa e Silva, onde se situa a sede do alvirrubro pernambucano. Fato como esse nunca foi registrado na frente da sede do Sport. Por um motivo muito simples: as torcidas adversárias só têm acesso à Ilha pela Avenida Prefeito Lima Castro. Elas não passam diante da sede rubro-negra.

Então, por que a CTTU e a PM não adotaram, no dia 16 de fevereiro, o procedimento utilizado em partidas anteriores do Náutico (restringindo o trânsito no trecho entre a Rua Conselheiro Portela e a Avenida Santos Dumont), uma vez que a torcida, ao criar a “Avenida Alvirrubra”, tornava lento o trânsito?

Por que dois ônibus (da mesma empresa com o mesmo itinerário), repletos de torcedores do Sport tiveram permissão para utilizar a Avenida Rosa e Silva, onde se situa a sede do Náutico?

Somente dona Cristina Lyra, mãe do jovem atingido pelo tiro, mostrou o reverso do incidente: “É um absurdo a Federação Pernambucana de Futebol marcar um jogo do Sport e outro do Náutico com uma hora de diferença sabendo da rivalidade das torcidas. O ônibus nunca poderia ter passado na frente da sede do Náutico. Outro culpado é o dono da empresa de ônibus. Como se contrata uma pessoa despreparada e sem porte de arma para ser segurança? Como uma pessoa dessa pode trabalhar como segurança com uma arma em punho?”.

Não vi, nem li, até agora, qualquer texto sob esse enfoque. Qual matéria levantou algum caso envolvendo torcedores dos times rivais do Sport passando em frente à sede do rubro-negro num dia de clássico?

A deixa de dona Cristina Lyra ficou no esquecimento: “quem autorizou o ônibus a passar pela Avenida Rosa e Silva quando havia um caminho mais livre (Estrada dos Remédios, Visconde Albuquerque e José Bonifácio) da Ilha do Retiro à Zona Norte, para onde iam os torcedores do Sport?

Nenhum dos passageiros do ônibus com a Torcida Jovem, a do Sport, foi entrevistado. De quem o motorista recebeu a ordem para passar pela Rosa e Silva que, em dia de jogo do Náutico, se transforma na Avenida Alvirrubra?

As perguntas continuam sem resposta. O jovem Lucas, que estava diante da sede do Náutico para recepcionar os jogadores, depende dos outros para sobreviver. Um tiro destrói a juventude.





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