O EXTERMÍNIO DOS APOSENTADOS
O Brasil é, realmente, um país de contradições. O exemplo
atual disso está na comparação entre as reivindicações salariais de vários
segmentos do funcionalismo público federal e o rendimento pago pelo INSS aos
aposentados.
Os setores com poder de pressão desafiam, inclusive,
decisões da Justiça e prejudicam os cidadãos. A forma de protesto dos policiais
rodoviários federais chega a provocar engarrafamentos nas entradas e saídas das
maiores capitais. A greve no âmbito da Anvisa paralisa a fiscalização em portos
e aeroportos, provocando, inclusive, falta de matéria prima para a indústria,
redução no estoque de determinados medicamentos e queda nas exportações, com
impacto na balança comercial do País.
Sem poder de pressão, mas pressionados pelos remédios para
controlar a pressão arterial, os aposentados assemelham-se a grupos étnicos,
religiosos e políticos que, sem meios de defesa, são escolhidos como alvos para
práticas discriminatórias. A situação do segmento da Terceira Idade tem
exemplos em várias fases da historia da Humanidade. Não podem ser esquecidos os
tempos de terror da Inquisição, do Terceiro Reich, da Revolução Cultural
chinesa, da ditadura militar brasileira.
A política de redução gradativa do valor da aposentadoria é
comparada ao extermínio de grupos étnicos, políticos e sociais. É
discriminatória por penalizar principalmente os membros da terceira idade. É a
marginalização silenciosa de um grupo sócio-econômico que, em alguns casos, com
sua aposentadoria complementa a renda familiar.
Para se ter uma idéia da perda gradativa do poder de compra
desse segmento, a Confederação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil
(Cofap), estimou que, em 2012, meio milhão de aposentados que até 2011 recebiam
benefícios superiores a R$ 545 teriam o rendimento encurtado e migrariam para a
base do salário mínimo.
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