segunda-feira, 17 de novembro de 2008

NORDESTE MADRUGADOR (XLIII)

RELIGIÃO

Fortaleza celebra a Umbanda


Um terreiro de Umbanda em pleno Centro da cidade. Foi no que se transformou a Praça General Tibúrcio (Praça dos Leões) esse fim de semana durante as comemorações dos 100 anos da Umbanda no Brasil. Quem aproveitou o feriado da Proclamação da República para fazer comprinhas de última hora foi surpreendido por cortejo afoxé e lavagem da escada da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, numa homenagem ao povo negro.A concentração foi na Praça do Ferreira, com os tambores e a performance do Grupo Quebra-mola. De lá, o Afoxé Filhos de Oya partiu, sob os olhares curiosos de passantes e as benções de Iansã — Orixá feminino cuja epifania são os ventos, os raios e as tempestades —, em cortejo até a Praça dos Leões. Em frente à Igreja do Rosário, o grupo de aproximadamente 100 pessoas pediu graças a Oxalá — pai de todos os orixás, segundo Mãe Taquinha de Oya, do Afoxé Filhos de Oya — e lavou a escada e parte da calçada do templo.“Em sinal de celebração, lavemos agora o sangue dos negros que trabalharam duro e sofreram para erguer essa igreja. Pedimos ainda, em sinal de humildade, perdão a Oxalá e à Nossa Senhora, pelo branco que escravizou e impediu gente de raça negra de entrar em templos sagrados como esse”, rezou Mãe Conceição Alves. Enquanto as pequenas vassouras de palha lavavam com água, lavanda e rosas e flores brancas o espaço, os umbandistas completaram a purificação entoando “Oxalá anunciou / Oxalá nos reuniu / Semeou o amor / E a tristeza sumiu”.O ato, conforme o responsável pela construção da Coordenadoria de Políticas e Promoção da Igualdade Racial, Luiz Antonio Bernardo, marcou a primeira interação entre o movimento negro e a institucionalidade na realização de manifestações dessa natureza.

Notícia Publicada no jornal “Diário do Nordeste”

Link: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=590530




DIVERSÃO

Artistas fazem malabarismos para driblar crise

O espetáculo não pode parar. Este deve ser o lema, nem que seja inconsciente, dos artistas anônimos que circulam pelos bairros periféricos dos municípios paraibanos tentando mostrar a arte milenar do circo. As lonas rasgadas, instrumentos e objetos de palco surrados e a falta de dinheiro no bolso não tiram o sorrido do rosto destes sobreviventes mambembes.

Apesar de tudo, eles ainda fazem a alegria do público. A cada local em que se instalam, eles renovam a esperança de dias melhores.Há 41 anos, este é o cotidiano de José Alves Marcos de Oliveira (Marquinhos), dono do American Circo. Para ele, mesmo com as carências financeiras, o trabalho circense já está associado a sua própria história de vida. "Nasci dentro de uma barraca de circo e aos nove anos de idade já fazia trapézio e malabarismo. Minha mãe era contra-regra e meu pai fazia o papel do palhaço. Na época trabalhávamos no circo dos outros, mas com o tempo fomos conseguindo os nossos. Já tivemos três circos e só o American tem 25 anos", contou.

Com a experiência, muitas histórias foram agregadas ao trabalho de Marcos Oliveira. Algumas delas faziam qualquer profissional repensar a carreira. Até morte de parente e fortes crises econômicas fazem parte desta caminhada sob lonas. Um dos fatos que chamam atenção é que a maioria dos integrantes do American Circo é parente. Para Marquinhos, isso ajuda a enfrentar as dificuldades."Hoje em dia, um circo se mantém se tiver parentes trabalhando. Um sobrinho meu morreu num acidente no circo. Ele levou um choque e não resistiu. Já passamos por fases em que a lona estava pior do que a de hoje. Estava tão rasgada que eu tinha vergonha e rezava para não chover. Mesmo assim apresentávamos o espetáculo", frisou Marquinhos. Mesmo com os obstáculos o empresário afirma que não pensa em seguir outros rumos.

Notícia Publicada no jornal “O Norte” da Paraíba

Link: http://jornal.onorte.com.br/domingo/cidades/


PETRÓLEO

Royalties reforçam desigualdades

Caiçara do Norte, São Bento do Norte e Guamaré são três municípios da “Costa Branca” do Estado; ficam na mesma mesorregião, a Central, e na mesma microrregião, de Macau; têm entre suas principais atividades econômicas a pesca e a agricultura; e ocupam uma faixa litorânea que se distância apenas cerca de 50 km entre uns e outros. A diferença, ou melhor, a grande diferença é que os dois primeiros não têm petróleo, enquanto o último não só possui essa riqueza, como recebe ainda em seu território um pólo da Petrobras.Essa diferença garante a Guamaré recursos mensais sete vezes superior ao dos seus vizinhos próximos e um Produto Interno Bruto seis vezes maior que a soma dos dois. Por exemplos como esse, o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) passou a defender a realização de um plebiscito nacional que permita a redistribuição dos royalties do petróleo, quantias repassadas a Estados e municípios que produzam essa fonte de energia, ou que estejam envolvidos direta ou indiretamente nessa produção.O Ipea entende que hoje essa distribuição vem privilegiando regiões mais desenvolvidas, o que resultaria em uma concentração econômica cada vez maior, inclusive agora com as descobertas na camada “pré-sal”, e defende que a aplicação desses recursos em fundos permanentes, que poderiam beneficiar até mesmo áreas não contempladas com o “ouro negro”, tornaria mais justa a divisão dos recursos, diminuindo as desigualdades regionais.

Notícia Publicada no jornal “Tribuna do Norte” do Rio Grande do Norte

Link: http://tribunadonorte.com.br/93176.html

Matérias selecionadas por Nathalia Andrade, colaboradora deste blog.

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