
Ela sabe o que é transporte coletivo. É sofrimento diário, mesmo na sexta-feira, quando ela o ônibus que a deixa no centro do Recife. O veículo tem um diferencial em relação à maioria dos ônibus: dispõe de TV a bordo. Andressa narra, neste texto, sua “experiência” num veículo diferenciado.
ENQUANTO A “PLEBE” SE DISTRAI...
Com a iniciativa de trazer conforto, lazer e informação para mais de 1 milhão e 800 mil passageiros que circulam diariamente nos coletivos do Recife, a Secretaria das Cidades e a antiga EMTU, agora Empresa Grande Recife Consórcio de Transportes, anunciavam, há exatamente um mês, a chagada da Bus TV/Casablanca. O projeto de comunicação que surgiu mediante uma proposta educativa tinha como objetivo oferecer informações de interesse público. Depois de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Salvador, chegava a vez de a capital pernambucana ter ônibus equipados com duas telas LCD de 19 polegadas. Porém, o que foi anunciado como uma grande novidade, na verdade, não causou muito interesse.
Primeiramente, muitos consideram a programação repetitiva e, por isso, entediante. Se a intenção era trazer para a população conteúdo informativo de qualidade, a Bus TV não está cumprindo com essa tarefa. O que programas sobre mapa astral, fofocas e vídeos engraçados têm de educativos? Além disso, também existem os problemas técnicos. Algumas TVs não têm boa imagem e falham devido à péssima qualidade das ruas da cidade. Quanto ao som, existe um impasse: nem pode ser alto, pois o ruído externo já é insuportável; nem pode ser baixo, pois não atingiria o deficiente visual e o analfabeto.
Do ponto de vista educacional, a instalação da Bus TV foi um investimento perdido – só na primeira fase foram gastos cerca de três milhões de reais. A iniciativa teria sido mais bem aceita se não existissem necessidades mais urgentes, como a disponibilidade de linhas e a manutenção das frotas.
Com a desculpa de entreter os passageiros em seus longos percursos, a real intenção da Bus TV/Casablanca é maquiar a realidade, manipulando a população e desviando sua atenção dos problemas no sistema de transporte público da cidade.
Primeiramente, muitos consideram a programação repetitiva e, por isso, entediante. Se a intenção era trazer para a população conteúdo informativo de qualidade, a Bus TV não está cumprindo com essa tarefa. O que programas sobre mapa astral, fofocas e vídeos engraçados têm de educativos? Além disso, também existem os problemas técnicos. Algumas TVs não têm boa imagem e falham devido à péssima qualidade das ruas da cidade. Quanto ao som, existe um impasse: nem pode ser alto, pois o ruído externo já é insuportável; nem pode ser baixo, pois não atingiria o deficiente visual e o analfabeto.
Do ponto de vista educacional, a instalação da Bus TV foi um investimento perdido – só na primeira fase foram gastos cerca de três milhões de reais. A iniciativa teria sido mais bem aceita se não existissem necessidades mais urgentes, como a disponibilidade de linhas e a manutenção das frotas.
Com a desculpa de entreter os passageiros em seus longos percursos, a real intenção da Bus TV/Casablanca é maquiar a realidade, manipulando a população e desviando sua atenção dos problemas no sistema de transporte público da cidade.
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