sábado, 27 de setembro de 2008

LIBERDADE DE IMPRENSA, NEM TANTO



Há mais de um mês, debatemos sobre o sensacionalismo na Imprensa, no programa Opinião Pernambuco, da TV Universitária, ancorado pela jornalista Stella Maris Saldanha, com a participação de Heitor Rocha, professor da Universidade Católica de Pernambuco, e Alfredo Viseu, mestre da Universidade Federal de Pernambuco.

Deixamos claro no debate que o sensacionalismo na Imprensa não se deve a uma ação isolada de um repórter. Uma manchete nasce dos interesses do jornal, cresce atrelada às vinculações políticas e econômicas da empresa jornalística e se reproduz para atender às necessidades de crescimento do veículo.

Os editores e os chefes de redação transformam em títulos apelativos e textos dirigidos as orientações do veículo. Os jornalistas são, no exercício da profissão, os pára-choques dos veículos. Eles são desmentidos, processados, agredidos e, em alguns casos, mortos como se eles tivessem poder para dar as diretrizes da empresa jornalística. Esse modo de ver o jornalismo reúne cada vez mais adeptos.

É o que se constata no site Comunique-se numa entrevista com o presidente da Academia Brasileira de Letras, jornalista Cícero Sandroni, após participar do encerramento do seminário, promovido pela ABL, "Brasil, brasis – liberdade de expressão: base da democracia". Sandroni foi taxativo ao afirmar: “No Brasil não existe liberdade de imprensa, existe liberdade de empresa". Detalhe: todos os debatedores defenderam a liberdade de imprensa, mas levantaram problemas que ela enfrenta para a sua plena consolidação no País.

Sandroni argumentou que nos seus 50 anos de jornalismo percebeu que, por causa de pressões dos conglomerados econômicos e do Estado, o jornalista não possui liberdade de expressar seu pensamento, mas apenas cumpre pautas que se alinhem com os interesses dos financiadores dos veículos de comunicação.

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