O impressionante nessa lengalenga da transposição é o silêncio dos jornais do Ceará, só rompido com a interrupção das obras, determinada pelo Tribunal Regional Federal (TRF) do Distrito Federal. Esse mutismo é ainda mais estranho se retroagirmos no tempo e compararmos a situação atual com os acontecimentos antes do Carnaval de 2006.
Nessa folia, a completar dois anos a menos de três meses, os jornais brasileiros, principalmente os veículos cearenses, divulgaram matérias sobre o patrocínio do Governo do Ceará ao Carnaval da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira no valor de meio milhão de reais.
A finalidade do apoio financeiro à escola de samba ficou evidenciada numa entrevista do então governador Lúcio Alcântara, à época no PSDB, à rádio Verdes Mares, de Fortaleza: “a sugestão foi do ministro Ciro e entendemos como uma tentativa de diminuir as resistências quanto à transposição das águas do Rio São Francisco. Vamos, através da Mangueira, sensibilizar o Brasil para esta necessidade”.
Esse depoimento, transcrito por Francisca Sena, assistente social e assessora técnica da Cáritas Regional Ceará, é complementado por outras declarações de assessores do Governo do Ceará, a exemplo de Lúcia Cidrião, Secretária Adjunta da Cultura que, em matéria publicada no jornal O Povo, em 29/12/2005, foi clara ao falar da importância do enredo da Mangueira sobre a transposição.
"Nós vamos mostrar os benefícios da transposição para o Ceará e a diversidade cultural do Estado. O carnaval carioca é uma mídia que alcança o Brasil inteiro. Vai ter retorno para o turismo, especialmente o cultural. Isso vai fortalecer a economia do Estado, que vai arrecadar mais e assim podem crescer os recursos para a cultura. É um ciclo".
A Veja, na edição de 1º de fevereiro de 2006, afirmava, em matéria de Daniela Pinheiro, o interesse do ex-ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, no projeto.
- “Ele pediu pessoalmente ao governador do Ceará, Lúcio Alcântara, de quem é amigo, um repasse de 500.000 reais para o desfile da Mangueira. O enredo que a mais tradicional e popular escola de samba carioca vai apresentar na avenida trata do Rio São Francisco. Ciro aproveita para tentar aprovar a transposição de verbas, digo, de águas, uma batalha pessoal dele.”
Apesar de ter pedido o dinheiro, ele se recusa a falar no assunto. "Isso não é assunto do ministério", diz seu assessor, Egidio Serpa. Não? “E por que, então, o próprio ministro bateu às portas do governo cearense usando seu prestígio para tirar uns trocados dos cofres estaduais”?, questiona-se a repórter da Veja.
Nessa folia, a completar dois anos a menos de três meses, os jornais brasileiros, principalmente os veículos cearenses, divulgaram matérias sobre o patrocínio do Governo do Ceará ao Carnaval da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira no valor de meio milhão de reais.
A finalidade do apoio financeiro à escola de samba ficou evidenciada numa entrevista do então governador Lúcio Alcântara, à época no PSDB, à rádio Verdes Mares, de Fortaleza: “a sugestão foi do ministro Ciro e entendemos como uma tentativa de diminuir as resistências quanto à transposição das águas do Rio São Francisco. Vamos, através da Mangueira, sensibilizar o Brasil para esta necessidade”.
Esse depoimento, transcrito por Francisca Sena, assistente social e assessora técnica da Cáritas Regional Ceará, é complementado por outras declarações de assessores do Governo do Ceará, a exemplo de Lúcia Cidrião, Secretária Adjunta da Cultura que, em matéria publicada no jornal O Povo, em 29/12/2005, foi clara ao falar da importância do enredo da Mangueira sobre a transposição.
"Nós vamos mostrar os benefícios da transposição para o Ceará e a diversidade cultural do Estado. O carnaval carioca é uma mídia que alcança o Brasil inteiro. Vai ter retorno para o turismo, especialmente o cultural. Isso vai fortalecer a economia do Estado, que vai arrecadar mais e assim podem crescer os recursos para a cultura. É um ciclo".
A Veja, na edição de 1º de fevereiro de 2006, afirmava, em matéria de Daniela Pinheiro, o interesse do ex-ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, no projeto.
- “Ele pediu pessoalmente ao governador do Ceará, Lúcio Alcântara, de quem é amigo, um repasse de 500.000 reais para o desfile da Mangueira. O enredo que a mais tradicional e popular escola de samba carioca vai apresentar na avenida trata do Rio São Francisco. Ciro aproveita para tentar aprovar a transposição de verbas, digo, de águas, uma batalha pessoal dele.”
Apesar de ter pedido o dinheiro, ele se recusa a falar no assunto. "Isso não é assunto do ministério", diz seu assessor, Egidio Serpa. Não? “E por que, então, o próprio ministro bateu às portas do governo cearense usando seu prestígio para tirar uns trocados dos cofres estaduais”?, questiona-se a repórter da Veja.
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