sábado, 15 de dezembro de 2007

SERTANEJOS DANÇAM COM SAMBA DA TRANSPOSIÇÃO


A letra do samba da Mangueira, no Carnaval 2006, passa ao largo na importância da água para os sertanejos que moram longe dos centros urbanos ou distantes dos grandes perímetros irrigados do Ceará.

A prioridade zero da transposição para o Ceará vai além do simples fornecimento de água às populações isoladas no meio do semi-árido. Isso ficou claro no financiamento à Mangueira, com o Governo cearense arcando com as despesas do desfile.

Em entrevista ao jornalista Jamildo Melo, do Jornal do Commercio, do Recife, e publicada no dia 27 de maio de 2005, o então secretário de Recursos Hídricos do Ceará, Edinardo Rodrigues, foi mais claro que as águas do São Francisco ao responder sobre a transposição.

O secretário de Recursos Hídricos do Estado do Ceará, Edinardo Rodrigues, afirmou ao JC que o seu estado é um exemplo para o Governo Federal. "Com o Canal da Integração, que interliga as bacias do Estado e atende 65% da população com risco de seca, o Ceará está resolvendo o seu problema. Porque a União não resolve ?", questiona. "No nosso caso, temos sorte. Além de decisão política, também temos continuidade administrativa dos governos", explica. Na sua opinião, a transposição é uma obra fundamental não apenas para os estados receptores das águas. "Em cinco anos, haverá um grande stress hídrico, com o crescimento populacional do Nordeste. Por isto a água é tão fundamental. Um dia o Recife ainda vai precisar das águas do São Francisco", diz. No caso do Ceará, a questão é estratégica. "Temos que jogar desenvolvimento para dentro do Estado (no interior) e a água é fundamental para isto". Lá, a maior obra neste sentido é a construção do Canal da Integração, uma obra de R$ 1 bilhão que vai levar a água do Açude Castanhão (já concluído e que pode ser beneficiado com as águas da transposição) para até 11 municípios. "A obra vai garantir a Região Metropolitana de Fortaleza por 30 anos, além do distrito industrial do Pecém", explica o secretário.

Os primeiros 35 quilômetros já foram concluídos, levando água do Castanhão até o município de Morada Nova. Outros cinco trechos estão em licitação, com financiamento do banco mundial e governo do Japão.

Quanto ao samba da Mangueira, a segunda metade do último verso deixa evidenciado o acerto dos investimentos na irrigação no submédio São Francisco, ao cantar o plantio de uva e a produção de vinho. Mas a letra quer tudo isso no Ceará: “o sabor desse tempero, eu quero provar”.





Mangueira: Carnaval de 2006

Enredo: DAS ÁGUAS DO VELHO CHICO, NASCE UM RIO DE ESPERANÇA

Autor(es): Henrique Gomes, Gilson Bernini e Cosminho



VOU NAVEGAR...

COM A MINHA ESTAÇÃO PRIMEIRA

NAS ÁGUAS DA INTEGRAÇÃO CHEGOU MANGUEIRA

OPARÁ... RIO-MAR, O NATIVO BATIZOU

QUEM CHAMOU DE SÃO FRANCISCO FOI O NAVEGADOR

NA SERRA ELE NASCE PEQUENINO

ILUMINA O DESTINO, VAI CUMPRIR SUA MISSÃO

SE EXPANDE PRA MOSTRAR SUA GRANDEZA

”GIGANTE PELA PRÓPRIA NATUREZA”


A CARRANCA NA MANGUEIRA VAI PASSAR

MINHA BANDEIRA TEM QUE RESPEITAR

NINGUÉM DESBANCA MINHA EMBARCAÇÃO BIS

POR QUE O SAMBA É MINHA ORAÇÃO


BELEZA... O BAILAR DA PIRACEMA

CACHOEIRAS UM POEMA A PRESERVAÇÃO

LENDAS ILUSTRANDO A HISTÓRIA

MEMÓRIAS DO VALENTE LAMPIÃO

MERCADO FLUTUANTE, UM CONSTANTE VAI-E-VEM

VIOLEIRO, SANFONEIRO, QUE SAUDADE DO MEU BEM

O SABOR DESSE TEMPERO, EU QUERO PROVAR

GRAÇAS À IRRIGAÇÃO, O CHÃO VIROU POMAR

E TEM FRUTA DE PRIMEIRA PRA SABOREAR

UM BRINDE À EXPORTAÇÃO, UM VINHO PRA COMEMORAR

O VELHO CHICO! É PRA SE ORGULHAR


O SERTANEJO SONHOU

BANHOU DE FÉ O CORAÇÃO

E TRANSBORDOU EM VERDE E ROSA BIS

A ESPERANÇA DO SERTÃO

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