Os edifícios Píer Maurício de Nassau e Píer Duarte Coelho, ou melhor, as torres gêmeas do Recife podem ter o mesmo destino dos dois espigões de New York – as torres do World Trade Center.
A diferença está na forma de demolição. As duas nova-iorquinas foram postas a baixo por aviões Boeing. As duas recifenses podem cair por conta de explosivos. A destruição das torres da “capital mundial” faz parte de uma guerra mundial, entre o mundo islâmico e o bloco hegemônico do Hemisfério Norte – Estados Unidos e os países europeus, principalmente os ocidentais.
Para quem foi a New York ou se interessa pela cidade, através de filmes ou livros, entendia a importância das duas torres para os nova-iorquinos. Elas substituíram o Empire State Building como símbolo de New York. Em outras palavras, elas estavam para os Estados Unidos, como a Torre Eiffel está para a França, o Big Ben para a Inglaterra e o Portão de Brandenburg para a Alemanha.
E o que as torres-gêmeas representam para o Recife? Até agora, nada. Mas podem representar. É só voltar no tempo para entender o porquê. Na década de 30, do século passado, um grupo de arquitetos, à frente o mineiro Luiz Nunes, revolucionou a arquitetura nacional, ao lançar em Pernambuco o Movimento Protomodernista.
Os arquitetos Luiz Nunes, Joaquim Cardozo (um dos poetas pernambucanos de vanguarda), Heitor Maia Filho, Acácio Gil Bórsoi e Antônio Baltar estabeleceram uma nova linha arquitetônica, ao eliminar os enfeites dos edifícios e criar o combogó, “uma forma de se proteger do excesso de luminosidade, procurando aproveitar o máximo da ventilação natural em função das altas temperaturas da região”, como define o advogado e filósofo Evaldo Bezerra Coutinho.
Pasmem, vocês, os integrantes da Escola do Recife foram responsáveis, por exemplo, pelo prédio da caixa d’água construído no Alto da Sé, em Olinda. Eles projetaram ainda o hospital da Polícia Militar de Pernambuco, o Leprosário da Mirueira, o pavilhão de verificação de óbitos da Faculdade de Medicina (por trás do Memorial de Medicina e junto à Fundaj do Derby), o edifício da antiga Cilpe (foto), a Escola Rural Alberto Torres, em Tejipió e, fiquem de queixo caído, o edifício onde funcionou, por muitos anos, no Cais de Santa Rita, a Superintendência de Desenvolvimento da Pesca, agora ocupado por sem-teto e a poucos metros das torres-gêmeas.
Pois bem, a maior parte desses arquitetos terminou deixando o Recife. Aliás, eles foram obrigados a sair de Pernambuco, por defender idéias novas. Em outras palavras, o pessoal da Escola do Recife não tinha vez com o golpe de Estado de 10 de novembro de 1937.
As torres-gêmeas do Cais de Santa Rita poderiam, sim, ter um significado para o Recife, caso o Ministério Público se inteirasse da importância do prédio vizinho, ocupado irregularmente e com rachaduras, e determinasse sua recuperação de imediato.
O outro lado da história seria derrubar tudo que é novo no entorno do Cais de Santa Rita: as torres-gêmeas; o edifício ocupado pelos sem-teto; alguns prédios-caixão situados no “quadrilátero do varejo” e que encobrem várias igrejas seculares localizadas no bairro.
A diferença está na forma de demolição. As duas nova-iorquinas foram postas a baixo por aviões Boeing. As duas recifenses podem cair por conta de explosivos. A destruição das torres da “capital mundial” faz parte de uma guerra mundial, entre o mundo islâmico e o bloco hegemônico do Hemisfério Norte – Estados Unidos e os países europeus, principalmente os ocidentais.
Para quem foi a New York ou se interessa pela cidade, através de filmes ou livros, entendia a importância das duas torres para os nova-iorquinos. Elas substituíram o Empire State Building como símbolo de New York. Em outras palavras, elas estavam para os Estados Unidos, como a Torre Eiffel está para a França, o Big Ben para a Inglaterra e o Portão de Brandenburg para a Alemanha.
E o que as torres-gêmeas representam para o Recife? Até agora, nada. Mas podem representar. É só voltar no tempo para entender o porquê. Na década de 30, do século passado, um grupo de arquitetos, à frente o mineiro Luiz Nunes, revolucionou a arquitetura nacional, ao lançar em Pernambuco o Movimento Protomodernista.
Os arquitetos Luiz Nunes, Joaquim Cardozo (um dos poetas pernambucanos de vanguarda), Heitor Maia Filho, Acácio Gil Bórsoi e Antônio Baltar estabeleceram uma nova linha arquitetônica, ao eliminar os enfeites dos edifícios e criar o combogó, “uma forma de se proteger do excesso de luminosidade, procurando aproveitar o máximo da ventilação natural em função das altas temperaturas da região”, como define o advogado e filósofo Evaldo Bezerra Coutinho.
Pasmem, vocês, os integrantes da Escola do Recife foram responsáveis, por exemplo, pelo prédio da caixa d’água construído no Alto da Sé, em Olinda. Eles projetaram ainda o hospital da Polícia Militar de Pernambuco, o Leprosário da Mirueira, o pavilhão de verificação de óbitos da Faculdade de Medicina (por trás do Memorial de Medicina e junto à Fundaj do Derby), o edifício da antiga Cilpe (foto), a Escola Rural Alberto Torres, em Tejipió e, fiquem de queixo caído, o edifício onde funcionou, por muitos anos, no Cais de Santa Rita, a Superintendência de Desenvolvimento da Pesca, agora ocupado por sem-teto e a poucos metros das torres-gêmeas.
Pois bem, a maior parte desses arquitetos terminou deixando o Recife. Aliás, eles foram obrigados a sair de Pernambuco, por defender idéias novas. Em outras palavras, o pessoal da Escola do Recife não tinha vez com o golpe de Estado de 10 de novembro de 1937.
As torres-gêmeas do Cais de Santa Rita poderiam, sim, ter um significado para o Recife, caso o Ministério Público se inteirasse da importância do prédio vizinho, ocupado irregularmente e com rachaduras, e determinasse sua recuperação de imediato.
O outro lado da história seria derrubar tudo que é novo no entorno do Cais de Santa Rita: as torres-gêmeas; o edifício ocupado pelos sem-teto; alguns prédios-caixão situados no “quadrilátero do varejo” e que encobrem várias igrejas seculares localizadas no bairro.
Se for para defender o antigo, o serviço seria completo com a demolição do Viaduto das Cinco Pontas. Ele esconde o forte do mesmo nome, local sagrado de Pernambuco: lá foi arcabuzado Frei Caneca.
OBSERVAÇÃO:
As duas fotos - o prédio da Cilpe quando construído e agora, abandonado - estão no Obituário Arquitetônico: Pernambuco modernista, livro do professor de Arquitetura Luiz Amorim.
Mais informações no endereço na internet:
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