Treze por cento, para ser mais preciso, 12,97%, dos municípios pernambucanos perderam população. As duas regiões “expulsoras” de habitantes foram a Mata Sul, caracterizada pelo plantio da cana-de-açúcar (clicar para ampliar foto), e o Agreste Setentrional: cinco municípios, em cada uma dessas áreas geográficas, encolheram. No Agreste Meridional e no Sertão do Pajeú a perda foi em três municípios de cada uma dessas duas regiões.
Na Mata Norte, no Agreste Central e no Sertão do Araripe, cada área geográfica perdeu mão-de-obra. Somente um município do Sertão do São Francisco e outro do Sertão de Itaparica contabilizaram menos habitantes.
Tendência oposta ocorreu em apenas três regiões – Metropolitana, Sertão do Moxotó e Sertão Central, onde todos os municípios apresentaram crescimento populacional. Há o caso específico de Fernando de Noronha, que registrou 1.000 pessoas a mais.
Esses números constam do relatório final da Contagem da População do IBGE, feita em 5.435 municípios com até 170 mil habitantes e entregue ao Tribunal de Contas da União. Eles refletem as diferenças populacionais entre o Censo de 2000 e o levantamento atual, destinado, na realidade, à distribuição das quotas do Fundo de Participação dos Municípios. Em outras palavras, a cidade com mais gente vai receber mais reais.
Ao se analisar essas emigrações, constatam-se características interessantes vistas da ótica de cada uma das áreas geográficas. Na Mata Sul, onde a cana-de-açúcar ainda predomina, cinco municípios perderam população e a cidade-pólo da região, Palmares, só registrou 108 pessoas a mais, num universo de 56.547. Isso significa um aumento de 0,19%.
No Agreste Setentrional, a debandada populacional ou o controle de natalidade mais efetivo merece uma maior reflexão pelo fato de Limoeiro, cidade que divide com Surubim as “honras” de município-pólo, ter perdido 46 pessoas. Também houve uma redução em Orobó, Passira e Vertente do Lério.
Duas regiões apresentaram, cada uma, três municípios com população menor do que a registrada no Censo de 2000: Agreste Meridional e Sertão do Pajeú. Na área no entorno de Garanhuns, perderam habitantes as cidades de Correntes (- 1.283), Palmeirina ( - 595) e Paranatama ( - 950).
No Sertão do Pajeú, conhecido pelos poetas populares, houve “fuga” populacional em Ingazeira (- 240), Itapetim (- 1.287) e Quixaba (- 315). Itapetim perdeu 8,42% dos habitantes.
Na Mata Norte, que se limita com o Agreste Setentrional, o quadro de perda de população pode ser considerado gravíssimo pelas reduções em Aliança (menos 2708 habitantes) e em Timbaúba (uma “emigração” de 4.994 pessoas).
Uma redução merecedora de uma avaliação mais profunda ocorreu no Agreste Central, onde se localizam Caruaru, Toritama, Santa Cruz do Capibaribe, Belo Jardim, Pesqueira, Bezerros e Gravatá. A perda aconteceu em dois municípios: Cupira (- 732) e Panelas (- 766).
No Sertão do Araripe, região caracterizada pelas jazidas de gipsita e pela produção de gesso, houve uma diminuição populacional nos municípios de Exu ( - 522) e Moreilândia ( - 1.495).
No Sertão do São Francisco, mesmo com a evolução da agricultura irrigada, o município de Belém do São Francisco, conhecido anteriormente pela grande produção de cebola, ficou com menos 974 pessoas.
Em Jataúba, Sertão de Itaparica, cujo lago, formado pela hidrelétrica, passou a designar a região, anteriormente definida como Sertão do São Francisco, a queda populacional foi de 1.623 habitantes.
Na próxima postagem, será feita uma avaliação das possíveis causas dessas reduções populacionais.
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