Percorrer quase 1.500 quilômetros, numa viagem de ida-e-volta para torcer por um time de fora do Estado de Pernambuco demonstra, antes de tudo, o interesse que as equipes de São Paulo e do Rio de Janeiro despertam entre os pernambucanos, principalmente do interior.
É o que fizeram cerca de 40 jovens. Eles chegaram, hoje, às 10h30, no Hotel Pousada da Praia, no Pina, no Recife, para torcer pelo São Paulo no jogo de amanhã diante do Sport, na Ilha do Retiro. Soltando fogos e entoando gritos de guerra da torcida são-paulina à chegada no hotel, moças e rapazes viajam num ônibus da Expresso Ribeiro, placa MUM – 0152, de Petrolina.
Essa paixão foi tratada no texto “Pernambuco torce por times do RJ e SP”, postado neste blog há exatamente uma semana, às vésperas do jogo do Náutico com o Corinthians, no Estádio dos Aflitos, no Recife. Dizia, na matéria, que a carioquização e a paulistização dos torcedores pernambucanos são tão autênticas quanto um grito de gol num estádio.
Dizia “os torcedores recifenses do Náutico, Santa Cruz e Sport denominam de “paraiocas” ou “paraibacas” os aficionados dos times do Rio e São Paulo que vêem ao Recife para torcer pelas suas equipes do Sudeste. Está todo mundo enganado. É só fazer uma pesquisa em dia de jogo, no Recife, com um clube carioca ou paulista. Esses torcedores não vêm apenas de Alagoas ou da Paraíba. Eles estão aqui mesmo em Pernambuco. E se não houver uma pesquisa oficial, alguém poderia se postar, amanhã, junto à entrada da torcida corintiana nos Aflitos para corroborar o que estou afirmando”.
Isso existe por conta de dois fatores: a inexistência de canais de comunicação entre a capital do Estado e as cidades interioranas e, ainda, pela força dos times do Sudeste, ampliada pela penetração maciça das transmissões das redes de televisão instaladas no Sudeste.
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