O BlogMadrugador propõe-se a ter como linha central o interior de Pernambuco. Isso não quer dizer que não se deva falar de municípios cujos Estados têm fronteiras com terras pernambucanas. Esses limites geográficos são flexíveis em muitos casos. No Sertão do São Francisco, o rio tem dupla função: demarcar as áreas de cada Estado e, paradoxalmente, aproximar pessoas. É o que acontece em Petrolina, onde a proximidade com a baiana Juazeiro transforma, pouco a pouco, as duas cidades numa grande metrópole regional. É impossível separar as duas.
O que acontece em Petrolina ultrapassa os limites territoriais e repercute em Juazeiro. A recíproca é verdadeira. É o caso do envolvimento da juíza baiana Olga Regina Santiago Guimarães com o narcotraficante Gustavo Duran Batista, o da Fazenda Mariad, onde se plantam mangas e uvas e colhe-se uma “salada de cocaína”. Quem rememora essa história é Ramos Filho, comunicador da Rádio Juazeiro AM e aluno do 8° Período do Curso de Comunicação Social/Jornalismo Multimeios do Departamento de Ciência Humanas (DCH) Campus III da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) – Juazeiro (BA).
A passagem da juíza Olga Regina Santiago Guimarães pela Comarca de Juazeiro (BA) foi bastante conturbada. Mais precisamente entre os anos de 2001 e 2002, a cidade vivenciou uma grave crise envolvendo o Poder Judiciário, o Ministério Público e as policias Civil e Militar, tendo a magistrada como protagonista.
Desde o mês de agosto, a referida juíza voltou ao noticiário, só que desta feita não somente em nossa região ou na Bahia. Olga ganhou notoriedade nacional por suas ligações com o narcotraficante Gustavo Duran Bautista, aquele da Fazenda Mariad.
E a situação da juíza parece cada vez mais complicada. Ela é investigada pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), que acatou pedido do Ministério Público Estadual (MPE) e autorizou a quebra dos seus sigilos: fiscal, bancário, telefônico e telemático, referente aos meios eletrônicos, como e-mails, msn/messenger e acessos à internet.
O pedido de quebra de sigilos foi feito pelo procurador José Edivaldo Rotondano. A suspeita de envolvimento da juíza com o narcotraficante Gustavo Duran Bautista, à época em que ela atuava na Comarca de Juazeiro veio à tona na Operação São Francisco, da Polícia Federal, que captou telefonemas comprometedores entre Olga, o seu marido Balduino Santana e Bautista.
Antes de ver os seus sigilos quebrados, a juíza sofreu uma outra derrota. Ela foi removida de Cruz das Almas e promovida para a Comarca de Salvador, durante o ápice do escândalo de associação ao tráfico, mas perdeu o beneficio. Isso de deu graças a uma ação da também juíza Isabela Pedreira da Silva, da Comarca de Feira de Santana, contra a promoção de 50 magistrados à capital, entre eles Olga Regina, junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que decidiu pela suspensão das remoções e promoções.
O fato de Olga estar entre os privilegiados, por certo pesou na decisão do CNJ, pois a imprensa e a opinião pública não compreendiam, como poderia uma juíza sob suspeita de envolvimento com traficantes receber promoção. O processo de investigação ainda está no inicio e deve ter um desfecho somente em meados do próximo ano.
De qualquer forma, a maior punição que Olga pode receber é uma aposentadoria compulsória, com o mesmo valor do seu salário da ativa, algo em torno de R$ 15 mil.
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
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