segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

MILAGRE NO SÃO FRANCISCO: A UNE REAPARECE


Quem diria, a outrora combativa União Nacional dos Estudantes (UNE) resolveu mostrar a cara novamente. A entidade estudantil, com papel relevante no afastamento de Collor em 29 de setembro de 1992, encolheu-se e no Governo Lula recolheu-se.

Nada a fez reaparecer – mensalão, valerioduto, dólares na cueca, dossiê falso, denúncias contra Renan Calheiros. Mas, de repente, a UNE aporta na margem direita do São Francisco, onde se encontra em greve de fome o bispo de Barra, dom Luiz Cappio. Será um milagre de São Francisco ou um apelo das carrancas?

E num ato público – em prol da garantia dos direitos humanos e sociais e contra a transposição do Rio São Francisco – a UNE se une (desculpem o trocadilho) à Via Campesina, ao MST, à CUT e à Marcha Mundial das Mulheres para marcar a luta do religioso contra a “integração de bacias”.

Os coordenadores da Articulação São Francisco Vivo, movimento polarizador da campanha do bispo de Barra, calcularam o público, hoje à noite, em duas mil pessoas.

Desta vez, o religioso não foi jogado às feras, mesmo que tenha tudo para se transformar num mártir. Até a Igreja Católica se calou. Ela assumiu, pelo jeito, o papel de um padre ao ouvir uma confissão. Não ouviu nada, não sabe de nada.

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